Família: Lauraceae
Nome científico: Ocotea puberula
Nomes Populares: Canela-guaicá,
canela-sebo, canela-parda, canela-de-corvo, canela-pimenta.
Descrição Morfológica:
Árvore
de 15 a 25 m de altura, com tronco geralmente cilíndrico e reto. A casca é
pardo-grisácea, áspera, com pequenas fendas e inúmeras lenticelas grandes. Suas
folhas são simples, alternas, subcoriáceas, lanceoladas, com margem ondulada,
com 10 a 12 cm de comprimento e 3 a 4 cm de largura. Quando maceradas tornam-se
pegajosas, com odor característico. O mesmo ocorre com seu lenho vivo, quando
se corta uma fina lasca de sua casca.
Flores e Frutos:
As flores são pequenas, de
coloração branca a bege, agrupadas em panículas axilares. Os frutos são
bacáceos e subglobosos, com 1 a 1,5 cm de comprimento, apresentando pequena
cúpula plana de coloração vermelha. Floresce de maio a outubro e os frutos amadurecem
de novembro a fevereiro.
Características Ecológicas:
Pioneira a secundária inicial,
heliófita e indiferente às condições físicas do solo. É uma das árvores mais
comuns nas comunidades secundárias de regiões planálticas. Predomina em
capoeiras e capoeirões, sendo mais rara nas florestas em estágio avançado de
sucessão. É amplamente disseminada por aves.
Ocorrência Natural:
Ocorre da Bahia ao Mato Grosso
do Sul e Rio Grande do Sul. No Paraná é particularmente comum na Floresta
Ombrófila Mista e na Floresta Estacional Semidecidual, ocorrendo de forma mais
esporádica na Floresta Ombrófila Densa de encosta (formação Montana).
Usos:
Atrai grande quantidade de
pássaros. Sua madeira pode ser empregada na construção civil leve, construções
internas, para forros, carrocerias, marcenaria, móveis simples e caixotaria. É
adequada para a produção de celulose e papel. Índios de várias etnias do Paraná
e Santa Catarina usam a parte interna do caule (quanto mais velha melhor) e a
casca do caule, no tratamento de furúnculos. Da seiva da casca pode-se fazer
emplastros para puxar espinhos e estrepes. Seu chá é usado no combate de
diarréias e disenterias.
Tempo
de Vida
Aspectos de Cultivo:
As sementes podem ser
armazenadas em camara fria por até seis meses. A germinação pode ocorrer entre
20 e 50 dias após a semeadura, prosseguindo de forma bastante irregular por
vários meses. Apresenta poder germinativo variável, podendo atingir 75%. As
mudas podem ser plantadas no campo após cerca de 7 meses e seu desenvolvimento
geralmente é rápido, podendo alcançar até 3,5 m em 2 anos.
Floração: em março, em Santa
Catarina; de março a setembro, no Rio Grande do Sul e, de maio a outubro, no
Paraná. O processo reprodutivo inicia a partir de dez anos de idade, em
plantios.
Clima
em que se desenvolve
Precipitação pluvial média
anual: desde 1.100 mm (Rio de Janeiro) a 3.700 mm (Serra Paranapiacaba, SP).
Regime de precipitações:
chuvas uniformemente distribuídas, na Região Sul (excetuando-se o norte do
Paraná), e periódicas, com chuvas concentradas no verão, na Região Sudeste.
Deficiência hídrica: nula na
Região Sul; pequena, no inverno, no norte do Paraná; e moderada no norte do
Espírito Santo e no sul da Bahia, com estação seca até quatro meses.
Temperatura média anual: 14,
rc (Bom Jesus, RS) a 23,rC (Rio de Janeiro, RJ).
Temperatura média do mês mais
frio: 10,5°C (Bom Jesus, RS) a 21 ,3°C (Rio de Janeiro, RJ).
Temperatura média do mês mais
quente: 19,1 "C (Bom Jesus, RS) a 26,5°C (Rio de Janeiro, RJ).
Temperatura mínima absoluta: -
11 ,6°C (Xanxerê, SC).
Número de geadas por ano:
médio de zero a 30; máximo absoluto de 57 geadas, na Região Sul.
Tipos climáticos (Koeppen):
tropical (Af e Am); subtropical úmido (Cta): subtropical de altitude (Cwa e
Cwb) e temperado úmido (Cfb).
Importância para o ambiente e/ou o homem:
Alimentação animal: a forragem
da canela-guaicá apresenta 17% a 20% de proteína bruta e 6% a 9% de tanino
(Leme et al., 1994).
Medicinal: os índios de várias
etnias do Paraná e de Santa Catarina usam a parte interna do caule da
canela-guaicá (quanto mais velha melhor) e a casca do caule, no tratamento de
furúnculo (puxa, fura e acaba com a secreção) (Marquesini, 1995). A seiva da
casca dá um emplastro para puxar espinhos ou estrepes; o chá é usado no combate
às diarréias e disenterias (Kõrbes. 1995).
Reflorestamento para
recuperação ambiental: a canela-guaicá é espécie muito procurada pela avifauna,
sendo as aves seus principais dispersores. Étambém usada para reposição de mata
ciliar em locais com ausência de inundação (Salvador, 1987).
Integrantes:
Floresta Atlântica (Floresta Ombrófila Densa)
Floresta com Araucária (Floresta Ombrófila Mista)
Floresta Seca do Rio Paraná (Floresta Estacional
Semidecidual)
Medicinais
Pioneiras